A CRIATIVIDADE



O segredo da criatividade está em dormir bem e abrir a mente para as possibilidades infinitas. O que é um homem sem sonhos?

Albert Einstein
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sábado, 21 de fevereiro de 2015

«iSleep»: o site com tudo sobre o sono, da responsabilidade da Professora Teresa Paiva



Publicação online do centro de sono de Teresa Paiva reúne artigos sobre aspetos clínicos e científicos do sono, dos sonhos, conselhos e depoimentos

Por: Redação / IF    |   15 de Janeiro às 12:52
http://www.tvi24.iol.pt/


O site « iSleep», em português «eu durmo», foi lançado [esta quinta-feira] com o intuito de abordar todo o tipo de assuntos relacionados com uma das mais importantes funções vitais: o sono. 

  
Complemento digital  do Centro de Electroencefalografia e Neurofisiologia Clínica da Professora Teresa Paiva, o «iSleep» conta com artigos sobre os aspetos clínicos e científicos do sono, identifica os hábitos quotidianos que afetam e desregulam o descanso e a vida de cada um, em todas as idades. 
  

Em entrevista à TVI, Teresa Paiva, médica neurologista especialista em medicina do sono, considerou que o sono «é uma coisa quase sagrada», sublinhando a importância da existência de uma plataforma digital aberta à discussão e partilha sobre o tema. 

A publicação reúne conselhos, curiosidades e depoimentos de pessoas, como António Mega Ferreira e o piloto Nuno Queiroz. 

Mega Ferreira fala sobre o modo como viveu o sono na sua vida, assim como Nuno Queiroz que, por ser piloto, se mostra afetado pela troca de horários.

«Queiroz é uma pessoa muito especial», e assina «um depoimento muito interessante sobre a segurança em voo», afirmou a especialista recordando os «acidentes resultantes da grande fadiga dos pilotos devido a poucas horas de descanso».



A publicação tem também textos literários e obras de arte, versando desde as insónias de Proust, a quadros de Matisse relacionados com a temática.

«O sono é transversal à nossa vida, ainda ontem recebi um pedido para colaborar num projeto sobre a qualidade do ar e o sono. O sono influencia todos os aspetos da nossa vida, em termos emocionais, intelectuais...», acrescentou Teresa Paiva.
Em termos cognitivos a Professora sustentou-se num estudo para ressaltar que «dormir pouco é um fator de risco de demência», sendo que o sono é «protetor».
«As pessoas que não dormem, a primeira coisa que se queixam é falta de memória».
«Dormir pouco aumenta o risco cardiovascular, peso, as pessoas ficam mais gordas, mais feias, com mais rugas, etc», destacou a nível da saúde geral. 

A médica falou ainda sobre o impacto da falta de sono nas crianças afirmando que «têm mais acidentes em casa» e concluiu sublinhando que «as doenças do sono são doenças reais». 

  



in TVI24.iol.pt [em linha]. [consult. 2015-02-21 18:57:33].
Disponível na Internet: http://www.tvi24.iol.pt/tecnologia/teresa-paiva/isleep-o-site-com-tudo-sobre-o-sono


sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Irrequietos, instáveis, cansados ou... com sono?


 WWW.PUBLICO.PT
 
JOSÉ MORGADO
16/01/2015 - 16:14



Uma entrevista recente da professora Teresa Paiva, reconhecida especialista em matérias relacionadas como o sono, sugeriu-me estas notas dirigidas, sobretudo, para o universo dos mais novos.

Em primeiro lugar, deve sublinhar-se, sem nada de novo, evidentemente, que a qualidade do sono, tantas vezes negligenciada, é um dos mais importantes contributos para o bem-estar geral de crianças e adolescentes, incluindo a sua vida escolar, uma fonte de preocupações para pais e educadores sempre presente.

A relação entre os estilos de vida e as rotinas, higiene e qualidade do sono de crianças e adolescentes é conhecida e estudada, mas, deve dizer-se, nem sempre parece devidamente considerada. Também entre nós, vários estudos sobre os hábitos e padrões de sono em crianças e adolescentes têm sido desenvolvidos, designadamente pela professora Teresa Paiva com resultados que deveriam ser considerados.

Neste universo, em 2013 um estudo da University College of London mostrava o impacto negativo que a ausência de rotinas como deitar com regularidade à mesma hora podem ter no bem-estar e saúde das crianças afectando, por exemplo, o processamento da aprendizagem. Na mesma linha, outras investigações referem que mais de metade dos adolescentes inquiridos apresenta quadros de sonolência excessiva e evidencia hábitos de sono pouco saudáveis.

Um estudo recente realizado nos EUA que acompanhou durante seis anos 11.000 crianças encontrou fortes indícios de relação entre perturbações do sono e o desenvolvimento de problemas de natureza diferenciada no comportamento e funcionamento das crianças.

Esta constatação vai no mesmo sentido de outros trabalhos com crianças mais novas. A falta de qualidade do sono e do tempo necessário acaba, naturalmente, por comprometer a qualidade de vida das crianças e adolescentes. Todos nos cruzamos frequentemente nos centros comerciais, por exemplo, com crianças, mais pequenas ou maiores, a horas a que deveriam estar na cama e que, penosa mas excitadamente, deambulam atreladas aos pais.

Várias investigações sugerem que parte das alterações verificadas nos padrões e hábitos relativos ao sono remetem para questões ligadas a stress familiar e sublinham o aumento das queixas relativas a sonolência e alterações comportamentais durante o dia.

É certo que as situações de stress familiar serão importantes mas parece-me necessário não esquecer alguns aspectos relacionados com os estilos de vida, quer com as rotinas, quer com a utilização mais ou menos regulada das novas tecnologias. Durante o dia, as crianças e adolescentes passam boa parte do seu tempo saltitando de actividade para actividade, passam tempos infindos na escola e, muitos deles, além de pressionados para resultados de excelência transportam ainda, frequentemente, tarefas escolares para casa.

Neste contexto, é também relevante considerar o número, alguns estudos sugerem cerca de 50%, de crianças e adolescentes até aos 15 anos que terão computador ou televisor no quarto, além do telemóvel.

Acontece que durante o período que seria dedicado ao sono, sem regulação familiar, muitas crianças e adolescentes estarão diante de um ecrã, computador, televisão ou telemóvel. Como é óbvio, este comportamento não pode deixar de implicar consequências durante o dia – sonolência e distracção, ansiedade, agitação e, naturalmente, o risco de falta de rendimento escolar num quadro geral de pior qualidade de vida frequentemente constatado e relatado por educadores e professores.

Creio que, com alguma frequência, os comportamentos dos miúdos, sobretudo nos mais novos, que são de uma forma aligeirada remetidos para o saco sem fundo da hiperactividade e problemas de atenção, estarão associados aos seus hábitos e padrões de sono como, aliás, os estudos parecem sugerir.

Estas matérias, a presença das novas tecnologias na vida dos mais pequenos, são problemas novos para muitos pais, eles próprios com níveis baixos de literacia informática. Considerando as implicações sérias na vida diária importa que se reflicta sobre a atenção e ajuda destinada aos pais para que a utilização imprescindível e útil seja regulada e protectora da qualidade de vida das crianças e adolescentes.

Aliás, a experiência mostra-me que muitos pais desejam e mostram necessidade de alguma ajuda ou orientação nestas matérias bem como, naturalmente, solicitam apoio e orientação na promoção e instalação de estilos de vida, qualidade e hábitos do sono, por exemplo, mais saudáveis para e com os seus filhos.



Teresa Paiva: “Há pessoas com 30 anos a dormir na cama dos pais”


Por Marta F. Reis

publicado em 16 Jan 2015 - 10:00






A mais conceituada especialista em sono no país lançou uma revista digital para acordar a sensibilidade dos portugueses para o tema. Em entrevista, antecipa alguns diagnósticos e soluções

Aos 69 anos, Teresa Paiva é a maior especialista portuguesa em sono. A neurologista lançou esta semana uma revista digital onde esperar recuperar o interesse dos portugueses pelo tema. Diz que a crise provocou mais noites em claro mas defende que pode ser uma oportunidade para pensar o que andamos a fazer às nossas vidas, já que diagnostica um problema de fundo: esquecemo-nos de que temos limites.


Como surgiu o seu interesse por esta área?
Era neurologista em Santa Maria e no início dos anos 80 havia uns equipamentos novos para monitorizar os comas. Como pesavam e das primeiras vezes que os levei para os cuidados intensivos fiz uma ciática, deixei de os usar. Calhou acompanhar dois doentes no hospital, um que fez uma paragem respiratória e outro que tinha uma grande sonolência. Voltei a pegar nas máquinas e descobri que tinham apneia do sono. A partir daí especializei-me.
Puro acaso então?
Sim e ainda bem. As coisas são mais bonitas quando surgem. O sono tornou-se a minha paixão. Passamos um terço da vida a dormir e durante esse tempo exercem-se funções essenciais à nossa sobrevivência. O sono resulta de anos e anos de aperfeiçoamento biológico, não é trivial.
E está cada vez mais ameaçado?
Sem dúvida. Tenho cada vez mais doentes. Cada vez mais as pessoas pelas dificuldades da vida e pelos traumas que experienciam não dormem bem.
Não existe também um problema cultural? É normal haver comentadores em estúdio nas televisões noite dentro?
Também me faz muita confusão. Ainda estou à espera que um dia se comparem os nossos horários televisivos com outros países europeus. Na Alemanha ou em Inglaterra, a partir de certa hora passam repetições, não há programas em directo. Parece-me que será uma característica muito nossa. E lesiva, porque depois acordamos à mesma hora que os nossos congéneres dos países nórdicos. 70% dos portugueses deitam-se depois da meia-noite. Estou interessada em encontrar uma explicação.
Tem alguma suspeita?

Pode haver uma explicação biológica mas penso que perdemos um bocadinho a noção de que temos limites. Os portugueses acham que têm os poderes de Deus Nosso Senhor, que podemos fazer tudo o que nos dá na real gana.






Para ler mais: http://www.ionline.pt/artigos/portugal/teresa-paiva-ha-pessoas-30-anos-dormir-na-cama-dos-pais